domingo, março 17, 2013


Um Caminho para o autoconhecimento

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Milhares de pessoas percorrem anualmente o ‘Caminho da Luz’, rota de peregrinação de Tombos até o Pico da Bandeira

Foto: Divulgação

Para fugir da correria do dia a dia e do estresse das grandes cidades, encontrar paz de espírito e ficar com a mente serena cerca de 3 mil peregrinos percorrem anualmente o ‘Caminho da Luz’, o ‘Caminho do Brasil’. São participantes de vários estados brasileiros e de outros países Um roteiro ideal para aqueles que procuram mergulhar em seus próprios abissais em busca de autoconhecimento e também que gostam de turismo rural e esportes de aventura.

O caminho nasceu em 2001 da experiência do escritor e jornalista Albino Neves, após suas andanças no Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), de Aveiro à Fátima (Portugal), pelos Passos de Jesus (Israel e Palestina), no Caminho de Petra (Jordânia) e no Caminho dos Sacerdotes Incas (Salkantay/Macchu Picchu). A rota se estende de Tombos, divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, até o Pico da Bandeira, divisa de Minas com o Espírito Santo.

O percurso de aproximadamente 200 Km pode ser feito a pé, de bicicleta ou a cavalo. A rota é toda sinalizada com setas amarelas e placas indicativas, não há perigo de se perder. Durante o trajeto os participantes passam por estradas de chão, cachoeiras, matas fechadas, reservas florestais e fazendas centenárias com casarios do século XIX.

A peregrina Kátia Esteves, de São Paulo, conta que decidiu fazer o caminho porque estava à procura da paz interior e de respostas para perguntas pessoais.  “A beleza do Caminho da Luz é algo estonteante, minha visão era impossibilitada de ver o horizonte, pois as montanhas e pradarias tapavam o infinito e davam a tranquilidade que eu tanto buscava”, relata Kátia.
 
Os moradores da região também estão sempre prontos para ajudar. “Desde o primeiro momento as comunidades aderiram ao Caminho da Luz e hoje todas tem orgulho de pertencer à rota de peregrinação”, conta Albino. Para a peregrina Giovana Souza, de Belo Horizonte, a relação entre os caminhantes e a comunidade foi um grande presente do Caminho. “Aquela recepção de Catuné, nunca vou esquecer. Café, mandioca frita e bolo caseiro, tudo feito de boa vontade pela comunidade para nos ajudar”, disse.

O trajeto
Foto: Divulgação

No primeiro dia de caminhada, o caminhante percorre de Tombos a Catuné. Já no segundo dia, o trajeto é de Catuné a Pedra Dourada, passando pelo distrito de Água Santa. O terceiro dia é conhecido como o dia das águas, pois de Pedra Dourada a Faria Lemos o caminhante percorre quase todos os 25,2 km ao lado das águas que nascem no alto do Cafarnaum.

De Faria Lemos a Carangola e passando pela Serra dos Cristais é possível ver o trecho caminhado nos primeiros três dias e também o trecho a ser percorrido no dia seguinte, que liga Carangola a Espera Feliz.

O município de Ernestina é o local considerado como Santuário do Caminho da Luz devido às várias paredes adornadas com samambaias, bromélias e avencas, além das diversas minas de água cristalina e minas de cristal.

No sexto dia, o caminhante passa de Espera Feliz ao Alto Caparaó, avistando no caminho as paredes da Serra do Caparaó, onde se encontra a Montanha Sagrada do Brasil, o Pico da Bandeira (2.892 metros), o terceiro mais alto do país. Para isso, deve-se caminhar 18 km – ida e volta– da Tronqueira até o topo da Montanha.


Para se aventurar
Foto: Divulgação

Para ser um caminhante, ciclista ou cavaleiro da luz é necessário preencher uma ficha de inscrição no valor de R$ 90 (referente ao seguro saúde) e receber a credencial, que é carimbada em cada local de pernoite, atestando a participação. Ao concluir o caminho o participante recebe certificado. Outras informações podem ser obtidas através do site www.caminhodaluz.org.br

Todo ano a Associação Brasileira dos Amigos do Caminho da Luz (ABRALUZ) promove no início no 3º domingo de julho uma caminhada coletiva. E ao longo do ano a operadora de turismo Rastro Luz faz várias mini caminhadas coletivas.

 *Matéria publicada na Revista de Minas.

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