domingo, março 17, 2013


Própolis Verde: uma riqueza tipicamente mineira

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Devido às características especiais e únicas, jamais vistas em outros lugares do mundo, Minas Gerais é o único estado que produz a própolis verde

Foto: Divulgação Natucentro

Com eficácia comprovada contra microorganismos patogênicos (bactérias e fungos), ação anti-tumoral e antioxidante,  a própolis verde é utilizada como um antibiótico natural. Além disso, o produto estimula o sistema imunológico, aumentando as defesas do corpo. O extrato originado da planta Baccharis dracunculifolia, conhecida como alecrim do campo, é indicado para tratamentos de enfermidades como gripes, micoses, frieiras, candidíase e aftas.

O alecrim do campo é nativo do cerrado brasileiro e pode ser encontrado em outros estados. Porém, em Minas Gerais a planta encontra condições especiais de solo, clima e altitude, o que permite oferecer às abelhas uma resina especial, tornando a própolis mineira um verdadeiro ouro verde a serviço do bem estar e da saúde.

Segundo a bióloga e pesquisadora Esther Bastos, os testes clínicos comparativos com antibióticos convencionais mostraram que a própolis verde é melhor que qualquer um dos antibióticos testados, pois não tem efeito colateral e não causa resistência aos microorganismos. “Quando estiver doente ou se gostar de se prevenir tome cinco gotas ao dia; a própolis também tem ação antioxidante e previne o envelhecimento”, indica a bióloga.

O consumo da própolis verde no Brasil vem aumentando nos últimos anos, mas ainda é pequeno. Segundo o apicultor e diretor da Federação Mineira de Apicultura (FEMAP-MG), Cézar Ramos, cerca de 90% da própolis produzida no Brasil é exportada, levando saúde para os povos dos países do primeiro mundo. Ele explica que isso ocorre porque as normas do governo brasileiro para comercialização de produtos à base de própolis são muito complicadas e pouco claras.

“As normas brasileiras para própolis são tão severas que impedem os produtores de colocarem no mercado brasileiro a própolis em embalagens modernas e especiais, semelhante ao que acontece nos países mais desenvolvidos”, afirma Cézar Ramos.

O sabor da própolis verde é forte e picante e não agrada o paladar da maioria das pessoas. Entretanto, existem propostas que visam resolver o problema. Para Cézar Ramos uma solução seria comercializar a própolis em cápsulas, mas no Brasil isso não é permitido. Mas, Cézar informa que o mercado japonês já aderiu à ideia em fevereiro de 2011. O produto foi lançado em parceira com uma empresa de lá e, por causa da facilidade de uso que a cápsula traz ao consumidor, o produto tem obtido sucesso entre a população japonesa.

O governo de Minas Gerais, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) estabeleceu em maio, pela portaria nº 1138 de 2011, a denominação de origem para a própolis verde no Brasil. Essa denominação de origem é uma certificação que reconhece produtos cujas qualidades ou características se devem essencial ou exclusivamente ao meio geográfico, incluindo os fatores naturais e humanos. E cuja produção, transformação e elaboração ocorrem em uma área geográfica delimitada.
Com isso, cento e dois municípios mineiros localizados em áreas de produção da FEMAP-MG, compõem a região de produção.

Com a certificação de origem a vida dos apicultores muda para melhor, pois é agregado valor ao produto, estimulando o mercado brasileiro e a exportação. A certificação também evita uma das situações vividas pelos apicultores mineiros: ver produtos à base de própolis produzidas em outras regiões fora de Minas Gerais sendo comercializados com descrições idênticas, como se fossem produzidos com a própolis verde mineira.

“Nós enfrentamos uma concorrência desleal no mercado consumidor. Muitos produtos à base de própolis que estão disponíveis nas prateleiras das farmácias e dos supermercados possuem baixas concentrações de própolis e estão fora das especificações, e às vezes são falsos”, conta o apicultor Cézar Ramos.

A situação descrita desvalorizava o produto junto ao mercado. “A própolis verde é mais cara se comparada com outras própolis produzidas em outras regiões, mas é um produto peculiar e exclusivo”, explica o ex-presidente da FEMAP-MG, Másio Magalhães, que ainda exercia a função quando o Estado obteve a denominação de origem da própolis verde. De acordo com Magalhães, com o selo o produtor terá que se adequar aos controles regulamentados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária e Federação Mineira de Apicultura.

*Matéria publicada na Revista de Minas. 

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