Criação de porcos e industrialização da carne suína é um dos grandes negócios da agronomia mineira
Fotos: Natália Mara |
Minas Gerais
é uma das maiores potências da suinocultura no Brasil. Segundo dados do
Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) o Estado é o 4º maior produtor de
suínos do país, possui cerca de 250 mil cabeças para reprodução. Devido aos
tradicionais pratos da culinária mineira, a região também está no topo da
cadeia no que diz respeito ao consumo da carne de porco.
Desde a época do descobrimento do Brasil, o porco foi introduzido na cozinha mineira. O colonizador português tinha grande interesse pela atividade mineradora e não sobrava mão de obra para a criação de animais. Porém, para a criação de porcos bastava o uso da ração ou lavagem (restos de alimentos), o que levou ao abundante uso destes animais.
Nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, onde há o maior número de cabeças, onde o sistema de suinocultura utilizado é o de integração. Isso quer dizer que o suinocultor é especializado por determinada fase. Já em Minas Gerais, aproximadamente 93% dos produtores são independentes e trabalham com suínos de ciclo completo, o que significa que possuem o seu próprio plantel produtor e efetuam todo o processo de cria, até disponibilizar os lotes de suínos para o abate.
Para o
vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais
(Asemg), José Cardoso Penna, o ciclo completo garante maior lucratividade e
qualidade dos produtos.
A granja Barreirinha, em Sete Lagoas, na região central de MG, produz o ciclo completo e também a industrialização da carne. O gerente da fazenda, Ronaldo dos Reis, conta que a granja possui 500 porcas fêmeas (também chamadas de matrizes) e que nascem por volta de 300 leitões semanalmente. “Uma porca gera uns 15 leitões e é muito raro acontecer nascimento de animais defeituosos, mas quando acontece temos que sacrificá-lo para não proliferar doenças”, explica o gerente.
A granja Barreirinha, em Sete Lagoas, na região central de MG, produz o ciclo completo e também a industrialização da carne. O gerente da fazenda, Ronaldo dos Reis, conta que a granja possui 500 porcas fêmeas (também chamadas de matrizes) e que nascem por volta de 300 leitões semanalmente. “Uma porca gera uns 15 leitões e é muito raro acontecer nascimento de animais defeituosos, mas quando acontece temos que sacrificá-lo para não proliferar doenças”, explica o gerente.
Ainda segundo
Ronaldo Reis, dependendo da produtividade uma porca pode recriar até 8 vezes.
“Tem porcas que depois da 2ª gestação não conseguem mais reproduzir, e temos
que descartá-las”, afirma Ronaldo.
Para alimentar os animais da ‘Granja Brarreirinha’ são gastos quase 68 mil toneladas de ração por dia. A ração é fabricada na própria fazenda para reduzir os custos. Cerca de 60 porcos saem da granja todos os dias para serem abatidos. Depois, a indústria na própria granja recebe as carcaças, faz a desossa, o processamento dos cortes e a embalagem.
Para alimentar os animais da ‘Granja Brarreirinha’ são gastos quase 68 mil toneladas de ração por dia. A ração é fabricada na própria fazenda para reduzir os custos. Cerca de 60 porcos saem da granja todos os dias para serem abatidos. Depois, a indústria na própria granja recebe as carcaças, faz a desossa, o processamento dos cortes e a embalagem.
A
administradora da indústria Barreirinha, Luciana Penna conta que os produtos comercializados
são temperados e alguns até fritos, deixando-os mais prontos para consumo e
também para supermercados e bares com ‘comida de boteco’.
Consumo da Carne Suína
Em 2010 foi
criado o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinucultura (PNDS). O projeto
tem parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS),
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG)
e também com a Associção dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG).
O objetivo
desse projeto é melhorar a produção da carne suína, aumentar o consumo,
capacitar os profissionais do setor e, ainda oferecer palestrar para a
sociedade e campanhas que demostrem a qualidade da carne.
Com a mudança
de hábitos alimentares e a diminuição do número de integrantes por família, o
setor suinícola passou a apresentar ao consumidor final cortes menores e com
pouca gordura.
Acompanhe o Ciclo Completo da Suinocultura
Reprodução
As fêmeas ou matrizes são inseminadas no galpão de reprodução e manejadas
com cuidado pois, nessa fase ocorre a fecundação dos óvulos, a formação e a
fixação dos embriões.
Gestação
O tempo de gestação das fêmeas ou matrizes são de 112 a 114 dias. Nesta fase é
fornecida uma alimentação de qualidade e em quantidades precisas que contribui
para o aumento da produtividade. O consumo de água aumenta nesse período. Para
evitar qualquer tipo de estresse as fêmeas são conduzidas com cuidado para a
maternidade.
Maternidade
Essa é uma das fases mais críticas da produção do suíno, os cuidados são
redobrados. Limpeza, higiene e alimentação adequadas são essenciais nesta fase.
Só há interferência no parto, quando é necessário.
Ao nascer é realizado o corte do cordão umbilical e rabo. Os leitões recebem vacina com antibiótico e são passados em uma solução com iodo e pó secante. E, seguida, os filhotes são alimentados pelo colostro (primeiro leite materno), que é o alimento primordial, porque previne doenças e ajuda os leitões crescerem fortes. Após 5 dias de vida eles já começam a comer ração.
O funcionário da granja, Ademilson Mendes, trabalha na maternidade e diz que os recém-nascidos recebem atenção especial. “Temos que ficar atentos para as porcas não esmagarem os leitões”, conta Ademilson.
Creche
A saída da maternidade para a creche é um choque para os leitões. Eles deixam
de ser alimentados pelo leite da mãe e recebem apenas ração e água. Permanecem na
creche durante 8 semanas.
Recria
Nesta fase os leitões recebem ração a vontade, ficam de 80 a 85 dias e chegam a
pesar uns 50 Kg.
Terminação
Fase final do ciclo. Os leitões permanecem até completar 22 semanas de idade, quando
são levados para o abate. O ciclo completo de vida dos leitões é 154 dias.
História da suinocultura no Brasil
Em 1532, o navegador Martim Afonso de Souza trouxe os primeiros porcos para São
Vicente (SP). Anos depois, no governo de Tomé de Souza, chegou à Bahia um navio
com animais domésticos, entre eles o porco.
As raças existentes em Portugal foram às primeiras introduzidas e criadas no Brasil. Elas se cruzaram desordenadamente e também se mestiçaram com raçãs originárias da Espanha, Estados Unidos, Itália, Inglaterra e Holanda. Houve, ainda, influência do meio e da alimentação.
Anos depois, alguns fazendeiros se preocuparam em melhorar o porco nacional. Porém, foi no início do século XX que realmente houve melhoria genétics das as raças. Isso devido à importação de animais das raças Berkshire, Tamworth e Large Black, da Inglaterra e, depois, das raças Duroc e Polland da China.
A suinocultura passou por profundas alterações tecnológicas nas últimas décadas, visando principalmente o aumento de produtividade e a redução dos custos de produção. É hoje uma atividade essencial para a economia brasileira, movimentando mais de R$12 milhões por ano.
As raças existentes em Portugal foram às primeiras introduzidas e criadas no Brasil. Elas se cruzaram desordenadamente e também se mestiçaram com raçãs originárias da Espanha, Estados Unidos, Itália, Inglaterra e Holanda. Houve, ainda, influência do meio e da alimentação.
Anos depois, alguns fazendeiros se preocuparam em melhorar o porco nacional. Porém, foi no início do século XX que realmente houve melhoria genétics das as raças. Isso devido à importação de animais das raças Berkshire, Tamworth e Large Black, da Inglaterra e, depois, das raças Duroc e Polland da China.
A suinocultura passou por profundas alterações tecnológicas nas últimas décadas, visando principalmente o aumento de produtividade e a redução dos custos de produção. É hoje uma atividade essencial para a economia brasileira, movimentando mais de R$12 milhões por ano.
*Matéria publicada na Revista de Minas.
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