terça-feira, março 19, 2013


No caminho certo

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Cristiano Otoni recebe prêmio ‘ICMS – Melhor Performance’ em reconhecimento ao trabalho da Usina de Triagem e Compostagem da cidade

O prefeito de Cristiano Otoni, José Nery, exibe com orgulho
o reconhecimento do trabalho empregado com a Usina de
Triagem e Compostagem da cidade
Quando o assunto é o destino correto para o lixo a cidade de Cristiano Otoni, na região central do Estado é um exemplo que orgulha os mineiros.  Desde 2007 Cristiano Otoni possui uma Usina de Triagem e Compostagem e recebeu da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) o prêmio ‘ICMS – Melhor Performance’, que tem o objetivo de incentivar os municípios para adoção de boas práticas na operação de empreendimentos de saneamento. A premiação é um reconhecimento do trabalho realizado pela cidade em gerar o equilíbrio ambiental das áreas degradadas por mau uso das formas de saneamento.

Cristiano Otoni alcançou o segundo lugar na Categoria Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos. Para o prefeito José Nery, o prêmio valoriza o trabalho em conjunto realizado pelos municípios de Cristiano Otoni, Casa Grande, Queluzito, Caranaíba e Santana dos Montes. “Nossa cidade é a sede e recebe os resíduos trazidos pelos outros municípios. Desse modo ajudamos a conservar toda a região, livrando o meio ambiente de cerca de 28 toneladas de materiais que servem para reciclar ou para compostar”, afirma o prefeito.

A Usina de Triagem e Compostagem é uma unidade em que é realizada a separação dos materiais recicláveis contidos nos resíduos sólidos urbanos. É comum a utilização do termo usina de reciclagem para nomear tais unidades, embora não ocorram no local os processos de reciclagem, mas sim a triagem dos materiais para posterior encaminhamento à reciclagem. A usina de triagem pode estar associada a uma usina de compostagem, onde ocorre o processamento da fração orgânica dos resíduos.


Cristiano Otoni dá exemplo de consciência e responsabilidade
social com Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos

Para a criação de uma Usina de Triagem e Compostagem é necessária a elaboração de um Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU), documento que aponta e descreve as ações relativas ao tratamento a ser dado ao lixo da cidade.

A instalação dessas usinas depende da Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF) expedida pela Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram). A Feam oferece apoio técnico aos municípios na implantação de sistemas de disposição de resíduos, além de agilizar o processo de regularização ambiental.

Para o presidente da Feam, José Cláudio Junqueira Ribeiro, a criação das Usinas de Triagem e Compostagem incentivadas pelo PPAGIRS é uma das ações do Governo do Estado para promover e fomentar a não geração, o reaproveitamento, a reciclagem e a disposição adequada de resíduos sólidos. "Programas como o Minas Sem Lixões e o Projeto Estruturador para erradicação de Resíduos Sólidos já vêm incentivando as prefeituras a lidarem corretamente com a questão", afirma. Também de acordo com José Cláudio as ações do Governo do Estado, no entanto, não terão efeito sem a participação efetiva das prefeituras na construção de uma política de destinação adequada de resíduos.

Ideal também vira realidade em Dores do Indaiá 

Antigo lixão de Dores do Indaiá

                                                                                         

A cidade de Dores do Indaiá, no centro-oeste de Minas Gerais, seguiu o exemplo e também deu um importante passo rumo à sustentabilidade. Com a inauguração em abril deste ano da Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos. A cidade mineira agora faz parte de um número especial de municípios brasileiros que possuem um destino correto para o lixo.

O antigo lixão que incomodava a cidade há 40 anos foi totalmente desativado e cercado com cordas de arame para que nada mais fosse jogado naquele local. Segundo o prefeito Joaquim Cruz a usina começou a ser construída no final de agosto de 2008. Sua área ocupa um espaço total de 32 mil m², em um terreno adquirido pela prefeitura na administração municipal 1997/2000. “Desde a minha primeira administração, tenho acalentado o sonho de livrar a cidade desse triste incômodo, buscando informações, parcerias e ferramentas para estruturar uma usina de lixo”, relatou o prefeito.

A educadora ambiental Maria Cristina Sousa ressalta que os resíduos sólidos, quando jogados inadequadamente a céu aberto, trazem sérias consequências ao meio ambiente. Ocorrem problemas como a contaminação do lençol freático, comprometendo o uso domiciliar da água; a poluição da atmosfera, gerando o desprendimento de gases e o mau cheiro; a proliferação de insetos e roedores que transmitem doenças.

Além de evitar sérios problemas, a usina de triagem gerou emprego e renda para o município.
Foram mais de 30 novos empregos, 15 mulheres que catavam lixo hoje estão empregadas com salários fixos, transporte, equipamento de proteção individual, com dignidade e reconhecimento da importância do papel que desempenham.

“Tem três anos que moro aqui, quando vim para cá trabalhei no lixão e era pavoroso”, conta a ex-catadora do lixão, Maria Geralda de Sousa, que trabalha na usina selecionando os materiais. A funcionária relata que no início foi complicado porque as pessoas não tinham consciência da importância de separar o lixo. Mas, com as campanhas a maioria dos moradores estão fazendo sua parte. 

A população comemora remoção do lixão de Dores do Indaiá

A coleta seletiva implantada em dezembro de 2010 auxilia no processo de trabalho da usina e ajuda a desenvolver a conscientização e a preocupação com o meio-ambiente. A educadora Maria Cristina afirma que a mobilização foi feita com todos os recursos disponíveis: rádio, palestras, carro de som, jornais, panfletos e visitas de casa em casa, tudo para que a população se conscientizasse da importância da coleta seletiva.

Atualmente a coleta é feita três vezes por semana em cada bairro, utilizando dois caminhões. Um caminhão recolhe o lixo seco e o outro recolhe lixo molhado e o rejeito (papel higiênico, absorventes, etc). Segundo a educadora ambiental, na usina o lixo seco vai para a bancada para ser separado, o rejeito para o aterro e o orgânico (molhado) vai para área de compostagem. “É certo, porém que ainda precisamos trabalhar muito a consciência das pessoas. Acreditamos que atingimos 70%. Através da conscientização do cidadão poderemos dar maior sustentabilidade à usina”, diz Maria Cristina.

Segundo o secretário de saúde de Dores do Indaiá, Dr. Edmundo José Luiz, a usina trouxe mais bem-estar e qualidade de vida à população. “Antes você ia para um restaurante da cidade e tinham diversas moscas advindas daquele lixo, urubus sobrevoando”, lamenta o secretário. Felizmente, hoje a realidade da região é outra. A cidade tornou-se exemplo, possibilitando explorar as belezas e o potencial turístico da região.


*Matéria publicada na Revista de Minas. 

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