Devido às características especiais e únicas, jamais vistas em outros lugares do mundo, Minas Gerais é o único estado que produz a própolis verde
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Foto: Divulgação Natucentro |
Com
eficácia comprovada contra microorganismos patogênicos (bactérias e fungos), ação
anti-tumoral e antioxidante, a própolis verde
é utilizada como um antibiótico natural. Além disso, o produto estimula o
sistema imunológico, aumentando as defesas do corpo. O extrato originado da planta Baccharis
dracunculifolia, conhecida como alecrim do campo, é indicado para
tratamentos de enfermidades como gripes, micoses, frieiras, candidíase e aftas.
O
alecrim do campo é nativo do cerrado brasileiro e pode ser encontrado em outros
estados. Porém, em Minas Gerais a planta encontra condições especiais de solo,
clima e altitude, o que permite oferecer às abelhas uma resina especial,
tornando a própolis mineira um verdadeiro ouro verde a serviço do bem estar e
da saúde.
Segundo
a bióloga e pesquisadora Esther
Bastos, os testes clínicos comparativos com antibióticos convencionais
mostraram que a própolis verde é melhor que
qualquer um dos antibióticos testados, pois não tem efeito colateral e não
causa resistência aos microorganismos. “Quando estiver doente ou se gostar de
se prevenir tome cinco gotas ao dia; a própolis também tem ação antioxidante e previne o envelhecimento”, indica a
bióloga.
O
consumo da própolis verde no Brasil vem aumentando nos últimos anos, mas ainda
é pequeno. Segundo o apicultor e diretor da Federação
Mineira de Apicultura (FEMAP-MG), Cézar Ramos, cerca de 90% da própolis
produzida no Brasil é exportada, levando saúde para os povos dos países do
primeiro mundo. Ele explica que isso ocorre porque as normas do governo
brasileiro para comercialização de produtos à base de própolis são muito
complicadas e pouco claras.
“As normas
brasileiras para própolis são tão severas que impedem os produtores de colocarem
no mercado brasileiro a própolis em embalagens modernas e especiais, semelhante
ao que acontece nos países mais desenvolvidos”, afirma Cézar Ramos.
O
sabor da própolis verde é forte e picante e não agrada o paladar da maioria das
pessoas. Entretanto, existem propostas que visam resolver o problema. Para
Cézar Ramos uma solução seria comercializar a própolis em cápsulas, mas no
Brasil isso não é permitido. Mas, Cézar informa que o mercado japonês já aderiu
à ideia em fevereiro de 2011. O produto foi lançado em parceira com uma empresa
de lá e, por causa da facilidade de uso que a cápsula traz ao consumidor, o
produto tem obtido sucesso entre a população japonesa.
O governo de Minas Gerais, por meio do Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA) estabeleceu em maio, pela portaria nº 1138 de 2011, a
denominação de origem para a própolis verde no Brasil. Essa denominação de origem é uma certificação que
reconhece produtos cujas qualidades ou características se devem essencial ou
exclusivamente ao meio geográfico, incluindo os fatores naturais e humanos. E
cuja produção, transformação e elaboração ocorrem em uma área geográfica
delimitada.
Com isso, cento e dois municípios mineiros localizados em áreas de produção da FEMAP-MG, compõem a região de produção.
Com isso, cento e dois municípios mineiros localizados em áreas de produção da FEMAP-MG, compõem a região de produção.
Com a certificação de origem a vida dos apicultores muda para melhor, pois é agregado valor ao produto, estimulando o mercado brasileiro e a exportação. A certificação também evita uma das situações vividas pelos apicultores mineiros: ver produtos à base de própolis produzidas em outras regiões fora de Minas Gerais sendo comercializados com descrições idênticas, como se fossem produzidos com a própolis verde mineira.
“Nós enfrentamos
uma concorrência desleal no mercado consumidor. Muitos produtos à base de própolis
que estão disponíveis nas prateleiras das farmácias e dos supermercados possuem baixas
concentrações de própolis e estão fora das especificações, e às vezes são
falsos”, conta o apicultor Cézar Ramos.
A
situação descrita desvalorizava o produto junto ao mercado. “A própolis verde é
mais cara se comparada com outras própolis produzidas em outras regiões, mas é
um produto peculiar e exclusivo”, explica o
ex-presidente da FEMAP-MG, Másio Magalhães, que ainda exercia a função quando o
Estado obteve a denominação de origem da própolis verde. De acordo com
Magalhães, com o selo o produtor terá que se adequar aos controles
regulamentados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária e Federação Mineira de
Apicultura.
*Matéria publicada na Revista de Minas.
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