Falta de mão de obra qualificada leva empresa a oferecer curso profissionalizante gratuitamente
O curso de mecânico de manutenção aeronáutica,
desenvolvido pelo Instituto Helibras, capacitará gratuitamente pessoas de baixa
renda. Foram oferecidas 30 vagas, os candidatos passaram por prova de
matemática e de português. Os aprovados na primeira etapa fizeram entrevistas e
receberam visita domiciliar para comprovação da renda familiar declarada na
inscrição. Após conclusão, as entrevistas os candidatos aptos farão o curso,
com duração de três anos, em Itajubá – MG.
O presidente da Helibras, Eduardo Marson Ferreira,
afirma que o mercado aeronáutico está em extrema expansão. Por isso, a ação
visa atender uma expectativa social, aliando a necessidade de mão de obra
especializada por parte das empresas do setor, como a Helibras. “É a primeira
iniciativa, mas o curso despertou tanto interesse que tivemos mais de mil
candidatos inscritos, vamos estudar outros projetos como esse”, afirma o
presidente.
Hoje a Helibras emprega 540 pessoas. Com a nova
fábrica, a estimativa é de que até 2012 sejam mil funcionários diretos. “Uma
estatística do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) diz que num projeto do
setor aeronáutico os números globais podem gerar cinco empregos indiretos para
cada emprego direto gerado pela empresa”, comenta Marson.
A empresa tem criado oportunidades em termos de
engenharia de produção e de manutenção. De acordo com Eduardo Marson Ferreira, em
longo prazo essas oportunidades permitirão à empresa dominar por completo o
ciclo de fabricação do helicóptero. A previsão é que, até 2020, a Helibras
possa produzir o primeiro helicóptero projetado e desenvolvido no Brasil.
Demanda
Segundo o presidente da Helibras, o proejeto dso
helicópteros, de modelo EC 725, irá demandar nos próximos dois anos
profissionais com experiência no ramo aeronáutico. As principais oportunidades
envolverão a contratação de uma mão de obra de formação técnica. Mas, como está
prevista a criação de um Centro de Engenharia da Helibras, uma parte menor será
suprida também com quadros de nível superior.
Ainda segundo Eduardo Marson, é importante salientar
que esses conhecimentos serão complementados com a evolução e desenvolvimento
dos cursos técnicos e universitários relacinaddos à atividade aeronáutica e
aeroespacial existente no Brasil, como os oferecidos pela Univei (Itajubá) e
pela Faculdade de Engenharia Aeronáutica da
USP (São Carlos).
De acordo com o gerente de recursos humanos da
Helibras, Arnaldo Lemes, a maior oferta de vagas está na linha de montagem e
serviços de manutenção. “Faltam mecânicos com especialização em helicópteros”,
diz.
O supervisor da linha de montagem, Arlindo Soares, que
trabalha na empresa há 31 anos, conta que quando começou eram cerca de 40
funciionários, hoje divide experiência com a nova geração. “A tendência é que a
Helibras continue crescendo e expandindo com novas tecnologias”, conta Arlindo.
Helibras: única fábrica de helicópteros da América Latina
A Helibras está em atividade no Brasil desde 1979 e
mantém instalações em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A
fábrica com o maior números de empregados está localizada na cidade de Itajubá,
no sul de Minas Gerais, onde são fabricados diversos modelos que atendem aos
segmentos civil, governamental e militar.
A empresa é responsável pela montagem, venda e
pós-venda no Brasil de aeronaves do Grupo Eurocopter. Controlado pela European Aeronautic Defence and Space
Company (EADS), sendo responsável pelo desenvolvimento de tecnologia que
contribui para a indústria aeronáutica nacional.
Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras,
explica que Itajubá foi escolhiada estrategicamente como instalação da fábrica
devido à localização. “A cidade oferece vantagens interessantes: proximidade
com os três mercados (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), acesso a
pontos e aeropontos e proximidade com os principais polos acadêmicos e
industrias relacionadas à aeronáutica”, ressalta Eduardo, que também informa
que o governo de Minas Gerais é um dos acionistas da empresa.
A fábrica entregou cerca de 550 helicópteros no
Brasil, sendo 70% do modelo Esquilo, produzido na fábrica de Itajubá com um
índice de nacionalização de 43%, cuja qualidade é comprovada por países
sul-americanos, como Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Venezuela.
Instituto Helibras
Criado para gerar a integração entre a empresa e
comunidade de Itajubá, o Instituto Helibras atua no apoio à cultura, lazer e
formação para o setor da aviação. A coordenadora do instituto, Lia Maciel, diz
o próximo passo será criar um parque ambiental destinado a atividades sociais,
esportivas e de lazer na cidade. Segundo ela, a prefeitura de Itajubá já deu
permissão de uso do terreno onde será construído o parque.
*Matéria publicada na Revista de Minas.
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