Cristiano Otoni recebe prêmio ‘ICMS – Melhor Performance’ em reconhecimento ao trabalho da Usina de Triagem e Compostagem da cidade
O prefeito de Cristiano Otoni, José Nery, exibe com orgulho o reconhecimento do trabalho empregado com a Usina de Triagem e Compostagem da cidade |
Quando
o assunto é o destino correto para o lixo a cidade de Cristiano Otoni, na
região central do Estado é um exemplo que orgulha os mineiros. Desde 2007 Cristiano Otoni possui uma Usina de
Triagem e Compostagem e recebeu da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) o
prêmio ‘ICMS – Melhor Performance’, que tem o objetivo de incentivar os
municípios para adoção de boas práticas na operação de empreendimentos de
saneamento. A premiação é um reconhecimento do trabalho realizado pela cidade
em gerar o equilíbrio ambiental das áreas degradadas por mau uso das formas de
saneamento.
Cristiano
Otoni alcançou o segundo lugar na Categoria Usina de Triagem e Compostagem de
Resíduos Sólidos Urbanos. Para o prefeito José Nery, o prêmio valoriza o
trabalho em conjunto realizado pelos municípios de Cristiano Otoni, Casa
Grande, Queluzito, Caranaíba e Santana dos Montes. “Nossa cidade é a sede e
recebe os resíduos trazidos pelos outros municípios. Desse modo ajudamos a
conservar toda a região, livrando o meio ambiente de cerca de 28 toneladas de
materiais que servem para reciclar ou para compostar”, afirma o prefeito.
A
Usina de Triagem e Compostagem é uma unidade em que é realizada a separação dos
materiais recicláveis contidos nos resíduos sólidos urbanos. É comum a
utilização do termo usina de reciclagem para nomear tais unidades, embora não
ocorram no local os processos de reciclagem, mas sim a triagem dos materiais
para posterior encaminhamento à reciclagem. A usina de triagem pode estar
associada a uma usina de compostagem, onde ocorre o processamento da fração
orgânica dos resíduos.
Cristiano Otoni dá exemplo de consciência e responsabilidade social com Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos |
Para
a criação de uma Usina de Triagem e Compostagem é necessária a elaboração de um
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU),
documento que aponta e descreve as ações relativas ao tratamento a ser dado ao
lixo da cidade.
A
instalação dessas usinas depende da Autorização Ambiental de Funcionamento
(AAF) expedida pela Superintendência Regional de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Supram). A Feam oferece apoio técnico aos
municípios na implantação de sistemas de disposição de resíduos, além de
agilizar o processo de regularização ambiental.
Para
o presidente da Feam, José Cláudio Junqueira Ribeiro, a criação das Usinas de
Triagem e Compostagem incentivadas pelo PPAGIRS é uma das ações do Governo do
Estado para promover e fomentar a não geração, o reaproveitamento, a reciclagem
e a disposição adequada de resíduos sólidos. "Programas como o Minas Sem
Lixões e o Projeto Estruturador para erradicação de Resíduos Sólidos já vêm
incentivando as prefeituras a lidarem corretamente com a questão", afirma.
Também de acordo com José Cláudio as ações do Governo do Estado, no entanto,
não terão efeito sem a participação efetiva das prefeituras na construção de
uma política de destinação adequada de resíduos.
Ideal também vira realidade em Dores do Indaiá
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Antigo lixão de Dores do Indaiá |
A
cidade de Dores do Indaiá, no centro-oeste de Minas Gerais, seguiu o exemplo e também
deu um importante passo rumo à sustentabilidade. Com a inauguração em abril
deste ano da Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos. A cidade
mineira agora faz parte de um número especial de municípios brasileiros que
possuem um destino correto para o lixo.
O antigo lixão que incomodava a cidade há 40 anos foi totalmente desativado e cercado com cordas de arame para que nada mais fosse jogado naquele local. Segundo o prefeito Joaquim Cruz a usina começou a ser construída no final de agosto de 2008. Sua área ocupa um espaço total de 32 mil m², em um terreno adquirido pela prefeitura na administração municipal 1997/2000. “Desde a minha primeira administração, tenho acalentado o sonho de livrar a cidade desse triste incômodo, buscando informações, parcerias e ferramentas para estruturar uma usina de lixo”, relatou o prefeito.
A educadora ambiental Maria Cristina Sousa ressalta que os resíduos sólidos, quando jogados inadequadamente a céu aberto, trazem sérias consequências ao meio ambiente. Ocorrem problemas como a contaminação do lençol freático, comprometendo o uso domiciliar da água; a poluição da atmosfera, gerando o desprendimento de gases e o mau cheiro; a proliferação de insetos e roedores que transmitem doenças.
Além de evitar sérios problemas, a usina de triagem gerou emprego e renda para o município. Foram mais de 30 novos empregos, 15 mulheres que catavam lixo hoje estão empregadas com salários fixos, transporte, equipamento de proteção individual, com dignidade e reconhecimento da importância do papel que desempenham.
“Tem três anos que moro aqui, quando vim para cá trabalhei no
lixão e era pavoroso”, conta a ex-catadora do lixão, Maria Geralda de Sousa,
que trabalha na usina selecionando os materiais. A funcionária relata que no início foi complicado porque
as pessoas não tinham consciência da importância de separar o lixo. Mas, com as
campanhas a maioria dos moradores estão fazendo sua parte.
A população comemora remoção do lixão de Dores do Indaiá |
A coleta seletiva implantada em dezembro de 2010 auxilia no processo de trabalho da usina e ajuda a desenvolver a conscientização e a preocupação com o meio-ambiente. A educadora Maria Cristina afirma que a mobilização foi feita com todos os recursos disponíveis: rádio, palestras, carro de som, jornais, panfletos e visitas de casa em casa, tudo para que a população se conscientizasse da importância da coleta seletiva.
Atualmente a coleta é feita três vezes por semana em cada bairro, utilizando dois caminhões. Um caminhão recolhe o lixo seco e o outro recolhe lixo molhado e o rejeito (papel higiênico, absorventes, etc). Segundo a educadora ambiental, na usina o lixo seco vai para a bancada para ser separado, o rejeito para o aterro e o orgânico (molhado) vai para área de compostagem. “É certo, porém que ainda precisamos trabalhar muito a consciência das pessoas. Acreditamos que atingimos 70%. Através da conscientização do cidadão poderemos dar maior sustentabilidade à usina”, diz Maria Cristina.
Segundo o secretário de saúde de Dores do Indaiá, Dr. Edmundo José Luiz, a usina trouxe mais bem-estar e qualidade de vida à população. “Antes você ia para um restaurante da cidade e tinham diversas moscas advindas daquele lixo, urubus sobrevoando”, lamenta o secretário. Felizmente, hoje a realidade da região é outra. A cidade tornou-se exemplo, possibilitando explorar as belezas e o potencial turístico da região.
*Matéria publicada na Revista de Minas.
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